16 outubro, 2013

Ryanair. Primeiro post todinho para ela.

Venho, por meio deste, agradecer a existência da polêmica Ryanair que insiste em nutrir uma relação de amor e ódio com seus clientes que querem viajar pagando uma ninharia, mas acham ruim ter que abrir mão de levar bagagem e suportar tantas adversidades durante o voo. Pra mim, Ryanair é alegria, é emoção, é vida, somente bons adjetivos tenho para ela. Quando assisti ao mais recente filme de Almodóvar, pensei que o staff do avião de Amores Passageiros pudesse ter sido inspirado no dessa empresa aérea de baixo custo, que opera em boa parte do continente europeu. 

Os aeromoços, muitos deles gays, não precisam esconder seu rebolado. Quanto às aeromoças, esqueça aquela classe, e a simpatia é muitas vezes falsa. A maquiagem barata e borrada entrega a estafante jornada de trabalho e lhe dá a aparência de desgaste. No cabelo, o coque é desgrenhado e o rabo de cavalo muitas vezes é feito de megahair com cores e consistência totalmente diferentes do que Deus lhe deu por vida, sem falar nos calçados de salto torto e com a sola perto de vencer, totalmente marcado por topadas. Elas carregam peso, se abaixam por debaixo da cadeira pra tentar encaixar as bagagens de mão que sobram sem espaço, correm de um lado pro outro do avião, suam de verdade. 

Alçado o voo, a melhor parte da viagem é aquela apresentação das saídas de emergência, é uma cena tão hilária que eu só consigo assistir e acabo nem prestando atenção nas instruções. Enquanto acontece a narração nas caixas de som, elas vão fazendo a mímica, mandando os clientes calarem a boca, com uma educação que só elas tem, e com uma expressão que pode variar de quem está pensando no filho que deixou pra sogra tomar conta, na noitada de ontem, ou na organização dos próximos minutos quando eles precisam ser ágeis pra passar cliente por cliente com o cardápio. 

Quando o voo é longo, é mais tranquilo, mas se leva menos de 1 hora, instala-se um pandemônio e Avenida Sete de Setembro perde pra Ryanair. Enquanto um passa vendendo comida e bebida, outro passa vendendo bilhete da loteria, outro com cosméticos, outro com a máquina do cartão de crédito e lá vai. Você que deixe a ponta do seu cotovelo pra fora da cadeira. Sem falar na boa vontade pra atender os clientes, eu sempre pergunto alguma coisa a alguma delas só pra ouvir a resposta. No voo que fiz de Bruxelas para Oslo, um senhor que estava na minha frente pediu um uísque, a aeromoça mostrou duas garrafinhas, uma de Jack Daniels e outra de outra marca que não lembro o nome. O senhor perguntou a aeromoça qual ela achava melhor, prontamente ela respondeu: Não sei, só bebo Red Label. O público da Ryanair também faz jus ao preço que paga para viajar. Entra no avião mais afoito que cobra quando perde a peçonha, num salve-se quem puder pra conseguir um espaço pra mala e um bom lugar pra sentar. 

Viajar por outra companhia? Nem pensar, só se não tiver remédio! A Ryanair torna minhas viagens mais baratas, mais animadas e, diga-se de passagem, praticamente um roteiro de filme.

*Meu amigo Múcio acaba de me mandar uma mensagem me lembrando dos passageiros que batem palmas quando o avião aterriza o que, na sequencia, me fez lembrar de uma musiquinha que eles botam de uma cavalaria chegando com glória ao seu destino, que eu acabei esquecendo de mencionar. Não é demais? Se tiver a oportunidade, não deixe de viajar de Ryanair, de quebra, você ainda pode conhecer um lugar legal.

4 comentários:

  1. kkkkkkkkkk!!! adoreiii sua narração e sua aventura!!! é por isso que ando de "buzão"ao invés de carro...a gente encontra cada "figura"!!! (mentira que ando de buzu mesmo é porque não tenho carro disponível 24h)...mas toda vez que estou em ônibus, algo acontece..seja bom ou ruim, mas acontece...kkkkkkkkkkkk!!! Valeu por compartilhar seus momentos conosco, cara de giaaaa!!!

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    1. Pois é, Aline, vindo pra Europa, já sabe, é de Ryanair! kkkk

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  2. Ryanair... só as melhores lembranças! A Europa sem essa empresa não tem graça ;)

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